the drugs don't work

Vi um livro de poesia que eu queria há muito tempo. Barato. Não levei.
O último que comprei do gênero, há dois anos, não bateu. Não funcionou. Não comoveu. Pareceu distante, antigo, artificial. Quase pretensioso - embora eu reconheça que na verdade aquelas poesias sejam boas poesias como qualquer outra. Provavelmente estou em uma fase da vida em que as coisas ficaram tão ...* que o assombro poético não me diz mais respeito. No segundo livro da saga Minha luta, o autor divide as pessoas entre aquelas que entendem  poesia e aquelas que nunca vão entender - onde a razão de tantos falsos poetas serem publicados e aclamados o tempo todo. Para miséria do próprio falso poeta, que sabe que é uma farsa, completa ele, e nunca será um verdadeiro poeta, nunca vai chegar lá. Esse chegar lá deve ter sido um exagero meu. 
Os bons e honestos livros vão continuar na estante, esperando o dia em que funcionem novamente, o dia em que o mundo precise de legenda novamente, o dia que o espanto invadir minha casa novamente. O dia em que acontecerem várias coisas que eu não quero mais.

*...paralisadas...congeladas...distante de movimento...sem vida.

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